
Vila do Anjo, com os seus hábitos, usos e costumes, os amores e desamores das suas gentes, escaramuças e polémicas, vai ser a protagonista colectiva de ‘Anjo Meu’, que Maria João Mira está a escrever para a TVI. ‘Paixão’, dos Heróis do Mar, é um dos temas a pautar a banda sonora desta produção.
O enredo começa em 1974, com o 25 de Abril. A família Rebelo da Cunha, com latifúndios no Alentejo, vê as contas bancárias congeladas. Quando o patriarca Geraldo (João Reis) percebe que corre o risco de ser preso, foge para o estrangeiro com a filha Maria Francisca (Sara Matos) e deixa parte da fortuna na mão da governanta Joana Rita (Alexandra Lencastre).
Em 1986, Geraldo, emigrado nos Estados Unidos, enriquece com o jogo e decide regressar a Portugal com a filha disposto a esclarecer as circunstâncias da morte da mulher e a resgatar a fortuna que deixou entregue à criada da família. E é neste ano que todo o enredo de ‘Anjo Meu’ se vai desenvolver. “Não foi inocentemente que escolhemos esta década profundamente marcada pelo 25 de Abril e pela adesão de Portugal à Comunidade Europeia. A nível social e económico o País mudou e essas mudanças deram origem ao que somos hoje”, explica à Correio TV Maria João Mira, autora da novela. Reconhecendo que os anos 80 estão na moda, vinca que a história, apesar de ter tido alguma preocupação com “o rigor histórico”, “não é um documentário” mas ficção.
Em Vila de Anjo, Alexandra Lencastre, no papel de Joana Rita, ex-criada de servir, é hoje candidata às eleições locais e uma rica empresária que, entre outro património, possui a herdade da Tamargueira, ex-propriedade da família Rebelo da Cunha. É uma mulher de garra, desconcertante, que trata os seus eleitores por ‘anjinhos’. Sobre ela recai a suspeita de se ter apoderado de parte dos bens dos seus antigos patrões.
Rendida às cenas já gravadas, Maria João Mira tece elogios rasgados à protagonista do elenco: “A personagem de Alexandra Lencastre vai dar o tom à novela. É muito bom poder contar com ela porque é um grande nome da ficção e está a fazer um papel muito diferente das outras produções, onde teve um registo mais dramático. É uma mulher que não baixa os braços perante a adversidade. Ascendeu socialmente, mas não oculta as suas origens e faz disso bandeira”. No enredo, José Carlos Pereira estava destinado a ser filho de Joana Rita. Mas, porque o actor ainda recupera de um problema de dependência, a Plural optou por dar-lhe um papel menos relevante, substituindo-o por Pedro Teixeira.
Na praça dr. Eugénio Dias, no coração de Sobral de Monte Agraço, vai ser recriada a Vila do Anjo. Para este espaço público ser temporariamente usado e alterado está a ser redigido um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço e a Plural, produtora da Media Capital,que detém a TVI. “Vai ser necessário retirar bancos, candeeiros e pilaretes para que, durante alguns meses, a praça pombalina, com uma traça moderna, retrate o ano de 1986. Também as fachadas de algumas lojas serão alteradas”, explica José Alberto Quintino, vice-presidente da autarquia.
Retirado de Mais TVI
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